Arlete Monteiro é uma dona de casa diligente. A lide doméstica e o acompanhamento escolar dos seus dois filhos ocupam-lhe grande parte do tempo. Em dias de mar revolto, o seu marido, pescador de profissão, nem sempre consegue angariar o sustento familiar, por isso, Arlete empenhou-se em aprender um dos ofícios mais reconhecidos da Ilha Brava: os bordados. Atualmente, as suas peças são já uma referência em toda a ilha, havendo quem as compre para oferecer além-mar, principalmente nos Estados Unidos da América.
As rendas e bordados são uma das principais atrações do artesanato tradicional da Ilha Brava. Como forma de incentivar e promover esta atividade, a Câmara Municipal construiu, no centro da cidade de Nova Sintra, um ateliê de artes e ofícios. Divulgar os trabalhos produzidos e motivar o interesse de novas artesãs é, para já, o grande objetivo deste espaço.
Silas dos Santos nasceu na Ilha Brava a 6 de maio de 1977. Consequência de uma personalidade rebelde, a infância do jovem Silas foi algo conturbada. Com 18 anos de idade foi cumprir o serviço militar na Ilha de São Vicente onde, pela primeira vez, descobre o gosto pelo artesanato. Desde então, tem feito da sua arte a sua forma de vida. Tem, nos últimos anos, percorrido a maior parte das ilhas do arquipélago promovendo e divulgando as peças que produz. Recentemente, regressou à sua ilha natal para tentar algo novo: criar a Casa da Cultura onde espera associar as suas obras ao outro artesanato produzido na Brava.
Arménio Vieira é uma das vozes mais expressivas e imaginativas de Cabo Verde. O seu talento literário firmou-se na poesia, no entanto, foi na prosa que ficou mundialmente famoso quando, em 2009, foi distinguido com o Prémio Camões, um dos mais altos galardões da literatura portuguesa.
Esta entrevista, contada na primeira pessoa, relata apenas uma fração do percurso de vida deste ilustre cabo-verdiano. Os estudos na Cidade da Praia e em São Vicente, o serviço militar em Portugal, as noites de Angola e as paixões incontroladas, são-nos descritos em tom irónico e efusivamente satírico. Os preâmbulos e bastidores do Prémio Camões e as deambulações sobre os grandes acontecimentos globais contemporâneos são, na voz do escritor, narrados com mestria e sedução. O seu discurso metafórico e universalista recorre frequentemente à história universal na transmissão dos seus pensamentos, o que lhe confere uma autenticidade irrevogável e castradora de argumentos e teses alheias.
Os Ferro Gaita nasceram em 1996. Vivia-se na altura o renascer do funaná tradicional, em que os instrumentos eletrónicos que fizeram furor nos anos 80 começam a dar lugar aos tradicionais, num regresso às origens. Da reunião da “gaita” com o ferrinho, devidamente condimentado com a bateria e o baixo, assiste-se a uma explosão do funaná que, liderado pelo grupo Ferro Gaita, atinge patamares de...
Hoje é um dia triste para Cabo Verde. Partiu Corsino Fortes, um vulto da cultura, da liberdade e da justiça nacional.A revista Nós Genti presta-lhe uma sentida homenagem através da partilha da entrevista que nos deu na Edição 12 em Outubro de 2014. Nesta entrevista, Corsino Fortes leva-nos numa viagem pela sua vida, pelos bastidores da diplomacia, pelas primeiras reformas do setor da justiça, pelo...
Manuela Brazão Barbosa nasceu a 23 de dezembro de 1973 em Pedra Badejo, concelho de Santa Cruz, na Ilha de Santiago. O rigor e pormenorização das suas pinturas fazem dela uma pintora de excelência. Já expôs em vários países da Europa e África e nos Estados Unidos da América. Os trabalhos plásticos da artista são uma homenagem à criação dentro de um espaço-tempo de paixão...
[su_spacer] Sente-se com o dever de manter acesa a música tradicional da sua terra, e a morna, essa expressão cultural que orgulha todos os cabo-verdianos, foi o género musical de eleição. Como boavistense e cabo-verdiano, o jovem Juary Livramento tem a morna e os ritmos tradicionais de Cabo Verde no coração. Dono de uma voz profunda e melodiosa, sente o peso da responsabilidade quando muitos...
[su_spacer] Nasceu em Portugal, mas ainda muito jovem veio para Cabo Verde, a terra dos seus pais. Cíntia Lima é licenciada em Educação Social com uma pós-graduação em Prevenção da Violência de Género, uma área que a apaixona. Após concluir o seu curso na cidade do Porto, no Norte de Portugal, Cíntia tentou entrar no mercado de trabalho português, mas sem resultados imediatos. O facto...
Luísa Mosso começou a trabalhar o barro com apenas nove anos de idade. Ajudava a mãe, Dª Gracilda Ramos Mosso, conhecida em Rabil por Juvina. O processo de transformar o tosco barro em peças habilmente moldadas cativou-a ao ponto de se ter dedicado, quase em exclusivo, a esta atividade. Atualmente à frente da Escola de Olaria de Rabil, Luísa Mosso tem orgulho no trabalho que...