Cordas do Sol – Resgatar a música tradicional de Santo Antão
30 Set 2012

Cordas do Sol – Resgatar a música tradicional de Santo Antão

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Referência incontornável da música cabo-verdiana pelos títulos que ganhou, o grupo Cordas do Sol persiste em ser bem-sucedido desde 1995. Resultado da evolução do formato da música tradicional, é um grupo de características únicas e genuínas que retrata a vida quotidiana das pessoas ao som de instrumentos acústicos, inspirado em temas e géneros musicais de Santo Antão, num ritmo mais contemporâneo.  Elemento integrante do grupo “Cordas do Sol” desde a sua fundação, Arlindo Évora orgulha-se da singularidade excecional e inimitável que a música do grupo transmite através da sua simplicidade.

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5- Cordas do Sol - Revista Nos Genti -

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Originários de uma vila onde não havia luz elétrica depois da meia-noite, foi à lua, ao silêncio e ao encanto do ambiente em redor, que um grupo de jovens amantes da música encontrou a sua inspiração inicial. “Era depois da meia-noite que aquele lugar se transformava num sítio poético; sentarmo-nos naquela praça e começarmos a tocar guitarra e cavaquinho, tornava-se algo único e mágico”, recorda Arlindo Évora.

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8- Cordas do Sol - Revista Nos Genti -

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Com um começo ingénuo e genuíno, lançaram o primeiro disco em 2000, obtendo uma aderência fenomenal. Dois anos depois, o sucesso foi reconfirmado, através de um segundo disco mais bem elaborado tecnicamente e que não era um projeto da obra do acaso. No ano seguinte, o grupo Cordas do Sol conquistou nomeações, troféus e muitos concertos. Conforme Arlindo Évora afirma, “a banda consolidou-se e a estratégia de palco melhorou significativamente, com muita disciplina, esforço e a dedicação de todos”.

Depois de uma paragem estratégica de quase três anos, o projeto foi relançado com uma reformulação profunda da banda, dando origem ao terceiro disco, no final de 2009, com mais vozes, percussões e instrumentos semiacústicos. Em 2014, surgirá o próximo disco, com todas as características particulares desta banda originária de Santo Antão.

3- Cordas do Sol - Revista Nos Genti -Numa fase de profissionalização do projeto, com editora e agência de espetáculos próprias, a banda realiza o sonho de atingir o patamar seguinte. “A ideia de nos profissionalizarmos é, pura e simplesmente, melhorar a qualidade, a organização e a gestão. A genialidade vai continuar e tenho a certeza que não vamos dececionar as pessoas que nos têm acompanhado”, refere o músico.

Atualmente, em Cabo Verde, há uma geração que está a fazer uma música de mistura, de fusão e de qualidade. Contudo, face às novas tecnologias e recursos que a música eletrónica utiliza, é notório que a música acústica de boa qualidade “veio para ficar”. Arlindo Évora explica esse fenómeno, afirmando que “a música acústica tem mais alma, identidade e possui uma dimensão universal, cabendo aos músicos a criatividade e habilidade para que não se repita a receita do tradicional. O segredo está em não complicar muito, porque a música não tem de ser difícil para ser apreciada.”

As guitarras, o cavaquinho, as percussões e as vozes dão vida ao grupo. No entanto, a presença de instrumentos mais rústicos e antigos, como o banjo, também estará contemplada, juntamente com duetos e participações especiais de músicos experientes que os dominam. Segundo Arlindo Évora, é importante valorizar esses géneros antigos e recuperar esse património histórico da música cabo-verdiana dos anos 60 e 70, dando-lhe um toque contemporâneo, para que a nova geração, não só não o esqueça, como também se identifique com ele.

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7- Cordas do Sol - Revista Nos Genti -

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Uma das principais características que marca o grupo Cordas do Sol é a utilização do “sotaque genuíno de Santo Antão e que já não tem uso”. Tal como refere Arlindo Évora, “é necessário recuperar essa herança linguística junto de pessoas de mais idade para a oferecer às gerações mais jovens.

Pontualmente, fruto das tradições mais remotas da ilha, as músicas possuem um carácter interventivo, no entanto, a banda aposta preferencialmente na temática e no conteúdo. “Esforçamo-nos para levar informação e pedagogia às pessoas, porque queremos que aprendam sempre algo em cada tema”, menciona.

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