30 Mai 2013
Véra Heintz – Pioneira da restauração na ilha do Sal
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Há vinte cinco anos, Véra Heintz chegou à ilha do Sal para praticar o seu desporto preferido: o windsurf. Achou a ilha encantadora e resolveu ficar. Proprietária do restaurante Atlantis, no coração de Santa Maria, Véra Heintz é uma mulher plenamente realizada com as oportunidades que a ilha do Sal lhe tem proporcionado.
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A beleza quase selvagem da paisagem, a simplicidade e simpatia do povo e o estado imaculado em que as praias se encontravam, fizeram com que Véra Heintz, de nacionalidade francesa, se rendesse aos encantos do Sal e resolvesse mudar totalmente a sua vida. Tinha encontrado as condições perfeitas para a prática do windsurf, uma paixão antiga que ainda hoje mantém. O vento, o sol e o mar, privilegiam a modalidade e é frequente ver-se no Sal muitos praticantes de desportos náuticos.
Em França, Véra Heintz era já proprietária de um restaurante, como tal, pareceu-lhe quase que inevitável aliar as duas atividades na sua nova residência. Fundou em Santa Maria, juntamente com o marido Patrick Heintz, o restaurante Atlantis, um espaço amplo e moderno, instalado junto à praia, que recebe todo o tipo de clientes, de todas as nacionalidades. Véra Heintz orgulha-se de possuir um dos mais variados menus do Sal, motivo que deixa os seus clientes, independentemente da sua proveniência, muito satisfeitos. A carta inclui pratos típicos da cozinha francesa, italiana, espanhola e, claro, da cozinha cabo-verdiana. Mas são os pratos com peixe fresco, proveniente dos mares de Cabo Verde que fazem as delícias de todos os que visitam o Atlantis.
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No restaurante Atlantis, à exceção do chefe de cozinha que é francês e de dois senegaleses, todos os colaboradores são cabo-verdianos, a maioria dos quais integra a equipa desde o primeiro dia, isto já há mais de dez anos. Em época alta pode servir mais de sessenta refeições, quer ao almoço, quer ao jantar.
O facto do modelo “all inclusive” ser o utilizado pela maioria dos operadores hoteleiros do Sal, não assusta Véra Heintz, pois duas ou três vezes por semana os turistas saem para almoçar ou jantar nos restaurantes da vila, o que permite que haja movimento e os negócios sejam rentáveis.
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Sendo uma das mais antigas empreendedoras estrangeiras a se instalar na ilha do Sal, Véra Heintz tem assistido à extraordinária evolução que o turismo registou nos últimos anos em Cabo Verde. A construção das grandes unidades hoteleiras permitiu a chegada de turistas de toda a Europa, o que fez com que a economia local despertasse. A construção de novas infraestruturas logísticas de apoio à atividade turística também tem reflexos no aumento da qualidade de vida das populações locais. Para Véra Heintz, o progresso e o desenvolvimento que a ilha tem registado é muito animador.
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Contudo, o recente aumento dos impostos registado em Cabo Verde, deixa Véra Heintz um pouco preocupada quanto ao futuro e à competitividade do Sal neste setor tão concorrencial. Conforme salienta, apesar da pressão de algumas associações do setor para que o Governo reveja este aumento tributário, o certo é que os preços aumentaram bruscamente e isso já se reflete na diminuição acentuada do consumo por parte dos turistas.
Sendo o Sal uma ilha sem grandes recursos produtivos, tudo o que nela é consumido tem de ser importado. Para o setor da restauração, os grandes importadores abastecem os restaurantes locais com produtos provenientes, essencialmente, de Espanha, Portugal, Canárias e Brasil. Apenas o pescado e alguns produtos hortícolas tem origem nacional. Este fator, associado ao recente aumento de impostos e taxas, faz com que Véra Heintz questione a competitividade de Cabo Verde face a outros destinos semelhantes e mais perto do centro da Europa, como sejam as ilhas balneáres espanholas, concorrentes diretas de Cabo Verde.
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Apesar do restaurante lhe ocupar quase todo o seu tempo, Véra Heintz mantém intacta a sua paixão pelo windsurf. Em simultâneo com o restaurante, mantém o negócio de formação e do aluguer de material de windsurf, apesar de ter entregue a sua exploração a uma equipa mais jovem. O pouco tempo livre que lhe resta, passa-o a desfrutar deste país extraordinário, aberto a quem o visita, pleno de morabeza.