17 Mar 2021
Eulália Mendes da Costa
Vim para São Tomé e Príncipe em 1969 com a idade de 29 anos. O meu marido, que entretanto já faleceu, veio comigo. Desde que para cá vim, que nunca mais regressei a Cabo Verde.
Sempre trabalhei nesta roça. Apanhava coco e capinava o mato. Agora vivo de uma pequena lavra que mantenho, mas que não dá para quase nada. Recebo uma pequena reforma do Estado de São Tomé e Príncipe e um pequeno apoio do Estado de Cabo Verde.
Aqui, a vida não se me apresentou fácil. Com a minha idade, o que peço é melhor sorte para os meus filhos, mas a falta de trabalho faz com que a sorte deles também não seja muito diferente daquela que experimentei.
Tenho saudades dos familiares que deixei em Cabo Verde, mas não tenho recursos financeiros para os poder visitar. Entretanto, é aqui que tenho a família. Nasceram cá os meus quatro filhos, e é aqui que estão os meus netos. Já são quinze netos.
Roça Porto Alegre – São Tomé