DESCO – Reforçar a presença em Cabo Verde
01 Jan 2012

DESCO – Reforçar a presença em Cabo Verde

Constituída em 1989 pelo seu visionário fundador, o sueco Knut Andersson, a DESCO Angola especializou-se na comercialização e manutenção de grupos geradores de elevado desempenho. Cedo se afirmou no mercado angolano como uma das mais prestigiadas empresas nesta área, quer pela qualidade dos seus produtos, quer pela capacidade de resposta perante novos desafios. Com clientes de Cabinda ao Cunene, a DESCO tornou-se um importante parceiro do Estado angolano para o desenvolvimento do país. Levar para Cabo Verde este modelo de negócio é o objetivo principal de Carlos Medina, o novo diretor geral da DESCO.

 

Assume todos os projetos com igual empenho e dedicação. Tal apego ao trabalho que desenvolve, valeram-lhe em 2010, a nomeação para diretor geral da DESCO. Carlos Medina é um homem satisfeito com o trabalho realizado, no entanto, tal como afirma, “há ainda muito por fazer, pois esta área de negócio está em constante evolução”. Para o antigo diretor financeiro do Grupo DESCO, profundo conhecedor do mercado em que opera, a sua unânime nomeação por parte dos acionistas da empresa para a liderança do Grupo, “acabou por ser um processo natural, fruto do trabalho que tinha vindo a ser desenvolvido”, diz.

Carlos Medina 1Carlos Medina nunca deixou de olhar para Cabo Verde como um mercado com grande potencial. Em 2006, fruto de vários estudos efetuados, assume o comando na abertura de uma sucursal DESCO no país. No entanto, tal como nos confidencia, “o mercado ainda não estava suficientemente maduro e preparado para o modelo de negócio que na altura queríamos implementar”, pelo que o projeto conheceu alguns condicionalismos.

Aproveitando este interregno, a DESCO apostou fortemente no mercado interno angolano, expandindo a sua presença para outras províncias do país. Segundo Carlos Medina, “a DESCO atingiu em Angola todos os objetivos a que se propôs. No entanto, sempre que alcançamos uma meta, traçamos de imediato uma outra ainda mais ambiciosa, por forma a mantermos a dinâmica da extraordinária equipa que possuímos”. Prova desta dinâmica é o crescimento registado pela DESCO, com taxas que variam, de forma consecutiva, entre os 20 a 25% ao ano. Estes resultados são o fruto da política de expansão que o Grupo DESCO assumiu nestes últimos cinco anos, através da abertura de um centro de comercialização e manutenção em Benguela. Durante 2012 será aplicado este modelo a outras três províncias angolanas, nomeadamente Cabinda, Malanje e Huambo. Tal como Carlos Medina refere, “com mais estes quatro pontos de operação, acrescidos da nossa central em Luanda, a DESCO atingirá grande parte do mercado em Angola, que de uma maneira geral continua a necessitar dos nossos produtos e serviços”.

Para o diretor geral da DESCO, “Cabo Verde continua a ser um desafio, pelo que a estratégia será durante este ano o reforço da presença da empresa no mercado”. Se inicialmente a aposta passava apenas por parcerias com o Estado cabo-verdiano, atualmente, a DESCO pretende reforçar de forma efetiva a sua presença no país, apostando diretamente no setor privado, com parcerias ao nível comercial, mas também em termos industriais. Apostar numa comunicação mais agressiva e importar o modelo de negócio que está a ser atualmente desenvolvido nas províncias angolanas é o intuito da DESCO para o desenvolvimento da sua estratégia de reentrada no mercado cabo-verdiano.

Carlos Medina 4Apostar na contratação local é um dos principais objetivos da direção da empresa. Conforme refere Carlos Medina, “internacionalizar uma empresa, seja qual for a sua área de atividade, acarreta sempre um grande investimento. Quando se aposta em pessoas locais, esse investimento é ainda maior, uma vez que, para se manter o nível atingido, há que formar técnicos e quadros que mantenham os padrões da empresa, e isso nem sempre é fácil”. Apostar nos jovem é outra das linhas de orientação desta nova direção. Para o gestor, “os jovens são mais recetivos às novas tecnologias e a novas formas de operar, no entanto, nunca descuramos a experiência e o pessoal com mais anos de casa, que são uma peça fundamental na nossa organização”.

É exatamente a contar com estes quadros mais experientes e com elevado conhecimento técnico dos produtos que comercializa, que a DESCO pretende implementar o seu modelo de negócio em Cabo Verde. Para a manutenção dos seus equipamentos, o modelo aponta para a formação de fortes parcerias locais. Para tal, irão ser selecionadas empresas com capacidade de dar resposta às exigentes normas impostas pela DESCO. No entanto, toda a formação dos técnicos locais será da sua inteira responsabilidade, que, numa primeira fase, enviará para o mercado o seu pessoal mais capacitado e qualificado. Conforme nos refere Carlos Medina, “disponibilizaremos todo o nosso know how em ações de formação, por forma a garantirmos o mesmo grau de satisfação a que os nossos clientes estão habituados”.

A DESCO, como representante da conceituada marca de geradores FG Wilson, continuamente investe nesta relação representante/fabricante. Conforme nos relata Carlos Medina, “a aposta da FG Wilson na DESCO tem-se baseado na colaboração mutua entre as duas entidades, quer no desenvolvimento de novos produtos e soluções adaptadas ao mercado onde a DESCO opera, quer, como é lógico, no volume de negócios por nós alcançado.” É, no entanto, ao nível da assistência e manutenção dos equipamentos comercializados, que a DESCO se destaca das demais empresas. Criada de raiz para satisfazer estas necessidades, a SANEL (empresa do universo DESCO), é a entidade responsável por toda a assistência técnica dos equipamentos FG Wilson. Com grande reconhecimento, quer ao nível dos clientes, quer no relacionamento com a FG Wilson, “a SANEL é uma peça fundamental na estratégia de internacionalização da DESCO, nomeadamente para Cabo Verde”, refere o gestor.

Carlos Medina 5Apesar de desde sempre estar ligada a fontes de energia convencionais, a DESCO mantém os olhos no futuro e não descarta a possibilidade de vir a operar outras fontes energéticas, nomeadamente ao nível das energias renováveis. No entanto, conforme refere Carlos Medina, “é ainda utópico neste momento pensarmos que podemos depender apenas das energias renováveis, pois o custo de exploração dessas energias é, neste momento, incomportável”, e adianta, “o que atualmente podemos fazer é um híbrido entre as energias renováveis e as chamadas energias convencionais”. Estudos feitos, demonstram que, aos níveis de consumo atuais, as energias renováveis apenas podem contribuir com cerca de 25% das nossas necessidades energéticas, sendo os restantes 75% que ser fornecidos por fontes convencionais, o que leva o diretor geral da DESCO a concluir que “ainda estamos longe de as energias renováveis se poderem afirmar como substitutas das convencionais”.

É ao nível da racionalização dos consumos elétricos, que mais dificuldades se têm verificado em Cabo Verde. Segundo Carlos Medina, “em Cabo Verde os problemas energéticos resumem-se a três fatores fundamentais: a legislação aplicável à figura do produtor independente com as limitações que estes têm para colocar o excesso da energia produzida na rede elétrica; problemas de natureza técnica inerentes à própria conceção da rede (são redes isoladas que não se interligam) associada às perdas no transporte elétrico, que atinge uma média de 30% da energia produzida, e finalmente à disciplina do consumidor.” Para Carlos Medina, “não importa discutir uma política de produção energética quando não há disciplina por parte do consumidor na utilização dessa mesma energia. Em Cabo Verde, faz todo o sentido falar-se, por exemplo, da utilização de contadores pré-pagos, os quais naturalmente iriam racionalizar a utilização energética no país” e conclui, “penso que antes de se falar em energias alternativas e renováveis, a questão da disciplina e da racionalização no consumo, deverá ser uma preocupação do governo, quer ao nível de ações de sensibilização quer mesmo ao nível da formação. É uma aposta que tem que ser feita, pois as energias renováveis, sem esta componente, não irão resolver por si só os problemas energéticos do país.”

Apesar de se encontrar fisicamente distante de Cabo Verde, Carlos Medina não deixa de acompanhar, diariamente, os acontecimentos no seu país e conforme refere, “é com grande orgulho que constato que o país está a caminhar no bom sentido, desenvolvendo-se e progredindo. Vê-se melhorias significativas na qualidade de vida das pessoas, e isso é importante. Acredito que com a ajuda de todos, Cabo Verde continuará a evoluir e a proporcionar, cada dia que passa, melhores condições de vida ao seu povo”, e conclui que “tenho todo o interesse, como cabo-verdiano que sou, em levar para a minha terra, modelos de negócio que funcionam, que já deram provas de sucesso noutros locais e que podem ser uma mais valia para Cabo Verde”.


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