Natalina Maximiano Fonseca é natural da Ribeira Brava, em São Nicolau. Durante 37 anos foi professora na vila. O gosto que sempre teve pelo ensino, fez com que muitas das centenas de crianças que passaram na sua sala de aula sejam hoje pessoas mais instruídas, humanas e interventivas. Com o marido emigrado na Holanda, repartiu-se entre o ensino e a educação dos seus cinco filhos. Atualmente, já aposentada, vive com o marido uma vida dedicada ao apoio social e à vida religiosa.
Natural de Chã de Poça, localidade do município do Tarrafal, na Ilha de São Nicolau, José Freitas Brito completou o ensino básico na sua ilha natal. Depois, como quase todos os sanicolauenses que ambicionam algo mais, mudou-se para São Vicente para frequentar o liceu. A próxima etapa foi conquistar uma formação superior. Partiu então para o Brasil onde se licenciou em Direito. De regresso a Cabo Verde, o jovem advogado é requisitado pelo Ministério do Trabalho. Primeiro como Delegado de Trabalho em São Vicente, onde passa oito meses, mais tarde como Delegado de Trabalho na ilha do Sal. Na ilha do Sal desempenhou ainda o cargo de Delegado da Comissão Nacional de Eleições. Teve ainda uma passagem pelo ensino secundário, onde lecionou Direito e foi professor em diversos cursos profissionais de Direito do Trabalho. Após esta passagem pelo setor público, José Freitas Brito decide abrir um escritório de advocacia que desse apoio jurídico a clientes das ilhas de São Nicolau, Sal, Boavista e São Vicente. Contudo, o gosto pelo serviço público haveria de permanecer. Concorreu, pela primeira vez, à presidência da Câmara Municipal do Tarrafal em 2008, mas perde as eleições para o seu adversário político. Não conformado com o rumo que a sua terra estava a tomar, decide candidatar-se novamente à presidência do município em 2012. Desta vez o desfecho foi diferente e, José Freitas Brito está, desde então, a cumprir o seu primeiro mandato à frente dos destinos do Tarrafal.
É um dos grandes impulsionadores do desenvolvimento do Município do Tarrafal. A fábrica de conservas que geriu durante décadas é uma referência da indústria nacional e fonte de criação de riqueza para toda a ilha de São Nicolau. Quando olha para o percurso percorrido, Jack Pinheiro sente-se satisfeito com os resultados do esforço e dedicação que sempre colocou no desenvolvimento da SUCLA - Sociedade Ultramarina de Conservas, Lda. Apesar das dificuldades da economia atual, da concorrência desleal vinda do exterior e da escassez de peixe que atualmente se regista nos mares de Cabo Verde, o proprietário das conservas Cadório sente-se orgulhoso e realizado ao passar o testemunho às gerações mais jovens.
Alberto Francisco Cabral é o mais famoso contador de histórias da Praia Branca. O respeito e admiração que lhe conferem os seus 78 anos de idade, fazem dele uma autoridade na matéria. Homem viajado, percorreu muitos países a bordo dos navios por onde ia trabalhando, principalmente na Europa e no Brasil. Fica o lamento de nunca, nessas viagens, ter conhecido as ex-colónias portuguesas, e uma em particular: São Tomé e Príncipe, o destino de muitos dos que partiam de São Nicolau em busca de melhores oportunidades. É numa dessas despedidas que Alberto Cabral ouve pela primeira vez cantar, da voz do seu autor, a morna “Sodade”, talvez a música cabo-verdiana mais conhecida em todo o mundo. É a história dessa mesma morna que Alberto Cabral tem hoje para nos conta
As notícias importantes eram, geralmente, acompanhadas por um tamboreiro. O soar do tambor era sinónimo que algo tinha, ou estava para acontecer. De forma cadenciada, e em função do teor da notícia, o tocador executava o ritmo adequado ao conteúdo da mensagem. Pelo tipo de toque empregue, sabia-se se eram boas ou más notícias. As populações reuniam-se então em local central para escutar as mensagens. Era assim há muitos anos atrás.
António nasceu no dia de Santa Cruz, na zona do Palhal, no Tarrafal de São Nicolau. Por esse facto, seria batizado António da Cruz. Ainda muito jovem, acompanhou a madrasta até São Vicente. Foi na pequena aldeia piscatória do Calhau, na costa leste daquela ilha, que António da Cruz iria passar toda a sua juventude. Foi também por lá que viria a descobrir a sua imensa paixão pela música. O seu pai era tocador. Os quatro tios também. António tinha a música a correr-lhe pelas veias. Sempre que podia, o jovem Da Cruz fugia para junto dos tios. A música enfeitiçava-o.
Dedicamos a presente edição da revista Nós Genti à Ilha Brava. Quando comparada com outras ilhas que já visitámos a Brava apresenta, logo à partida, algumas particularidades, a começar pelo modo para lá chegar. Vindos da Praia, o destino tem direito a escala técnica — o voo faz-se só até à Ilha do Fogo e os restantes 17 quilómetros que nos separam do nosso objetivo...
Corsino António Fortes nasceu a 14 de fevereiro de 1933 na cidade do Mindelo, São Vicente. Em 1966 licenciou-se em direito pela Universidade de Lisboa. Exerceu até 1975 o cargo de delegado do Ministério Público e juiz de direito em Angola. Entre 1975 e 1981, Corsino Fortes foi embaixador de Cabo Verde em Portugal, estendendo a sua missão junto dos Governos de Espanha, França, Itália,...
Eugénio Tavares diz que da Brava para qualquer ponto os ventos são sempre de proa, o mar é sempre picado, as correntes sempre contrárias, o céu sempre toldado e prenhe de ameaças. Mas o regresso é a fresta, o mar é de rosas e os ventos de feição.