Carlos Pereira dos Santos – Vontade de fazer crescer o ténis cabo-verdiano

Carlos Pereira dos Santos – Vontade de fazer crescer o ténis cabo-verdiano

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Desde miúdo que sempre teve uma enorme paixão pelo ténis. Carlos Pereira, atual presidente da Federação Cabo-verdiana de Ténis (FCT) é um homem esperançado no futuro da modalidade em Cabo Verde.

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Por muitos considerado como modalidade de elites, o ténis é hoje um desporto social praticado em todo o mundo e ao qual Cabo Verde não é alheio. A componente social é fundamental para a divulgação da modalidade, no entanto, é na captação de jovens atletas que recaem todos os esforços da atual FCT, por forma a impulsionar a modalidade em Cabo Verde e assim elevar a competitividade dos atletas nacionais.

“A antiga direção da Federação Cabo-verdiana de Ténis, fruto de um manifesto desinteresse na promoção da modalidade, deixou quase que morrer o ténis no país. Dada o seu estado de quase total abandono, um grupo de amigos, também eles fervorosos amantes do ténis, impulsionaram-me para a presidência da Federação, por forma a reorganizar e tentar estimular a prática da modalidade em Cabo Verde”, recorda Carlos Pereira dos Santos.

Essa reorganização acabou por ser feita nos dois primeiros anos em que esteve à frente da Federação, o mesmo acontecendo ao nível da reestruturação, capacitação, construção de infraestruturas e de escolas de formação, tanto para técnicos como para atletas. “Neste momento, já estamos organizados e encontramo-nos em fase de implementação dos projetos que esboçámos inicialmente, com especial destaque para a formação de atletas”, salienta Carlos Pereira.

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Ténis Cabo Verde

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A FCT está igualmente em fase de elaboração do seu projeto mais ambicioso: a construção do Centro Nacional de Ténis, que contará com doze campos – um central e onze de treino – assim como com um ginásio, uma área de logística e um espaço para o ténis de mesa. “Com o Centro Nacional de Ténis, pretendemos captar talentos nacionais capazes de impulsionar novamente o ténis cabo-verdiano”, adianta o presidente.

Atualmente, Cabo Verde conta com mais de duas centenas de jovens atletas distribuídos por São Vicente, Santo Antão, Sal e Santiago, e que estão agora a dar os primeiros passos na modalidade. Para Carlos Pereira, a atenção da FCT deve estar colocada nestas camadas mais jovens, acompanhando de perto a sua formação e evolução, pois estes atletas “são o futuro da modalidade no nosso país, e dos quais sairá o grupo que nos irá representar nos torneiros internacionais de amanhã”.

Internacionalmente, o ténis cabo-verdiano encontra-se mais ativo em torneios e provas realizadas na região africana. Conforme justifica o presidente da Federação, “primeiro por que é mais económico, uma vez que os custos de deslocação são substancialmente menores, apesar do ténis ser um desporto individual e de muitos dos custos dos atletas ser suportado por patrocinadores, pela Direção Geral dos Desportos e pela Federação Internacional de Ténis, que é o nosso grande parceiro; depois porque para se participar em outro tipo de torneios internacionais é necessário um nível qualitativo que os nossos atletas ainda não alcançaram”, diz. Esta falta de provas e torneios regulares ao nível interno pode ser uma das justificações para Cabo Verde ainda não ter atingido os patamares mais elevados no ténis africano.

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Ténis - Cabo Verde

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Existem atualmente competições em Santiago, Sal, São Vicente e Santo Antão. Cada uma destas ilhas organiza cerca de quatro torneios oficiais durante o ano, o que se revela ainda insuficiente se compararmos com o nível de preparação de atletas de outros países vizinhos. Há ainda torneios pontuais que são realizados com o apoio de patrocinadores que, a par dos campeonatos nacionais e dos regionais, mantêm viva a prática da modalidade em Cabo Verde, contudo, e tal como menciona Carlos Pereira, “o ténis ainda é considerado um desporto elitista, pelo que a adesão do público a esses torneios e competições não se faz sentir. De uma forma geral, quem vai assistir, ou são praticantes ou pessoas que têm a intensão de praticar a modalidade.”

A escassez de escolas de formação é também condicionante para a divulgação da modalidade no país. Existe uma escola na Ilha de Santiago, duas no Sal, uma em Santo Antão e, finalmente, uma em São Vicente. São apenas estas cinco escolas que dão sustentabilidade à modalidade, formando atletas e organizando torneios.

No passado, entre finais dos anos 80 e início dos anos 90, Cabo Verde teve excelentes atletas de ténis, com magnificas prestações ao nível de torneios africanos e até mesmo europeus. Mais recentemente, em 2010, Cabo Verde participou, em Moçambique, nos jogos da CPLP onde alcançou um honroso terceiro lugar, a melhor classificação alguma vez conseguida em torneios internacionais. Ao nível da região, o país ten vindo a participar em torneios de sub-12 e sub-14, com registo de crescimento qualitativo nos resultados conseguidos.

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Carlos Pereira dos Santos

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Dar visibilidade à modalidade é um dos objetivos da atual direção da Federação Cabo-verdiana de Ténis. Este objetivo passa pela organização de alguns torneios internacionais em Cabo Verde, no entanto, e tal como Carlos Pereira afirma, “tal só será possível depois de estarem criadas as infraestruturas necessárias para a realização de eventos de qualidade internacional e o Centro Nacional de Ténis terá aqui um papel fundamental. A partir daí, penso termos reunidas todas as condições para nos candidatarmos à organização do Campeonato Africano de Juniores, isto já em 2014. Para tal, basta que consigamos terminar as obras do Centro Nacional de Ténis em tempo útil a esta candidatura. Depois de conseguirmos organizar o Campeonato Africano de Juniores, será mais fácil organizarmos um Grand Slam.”

O ténis nacional está a viver um momento importante da sua história. O renascimento da modalidade no nosso país está agora nas mão de uma equipa jovem, mas empenhada, conhecedora e confiante em tornar o ténis um desporto de referência para todos os cabo-verdianos. Assim seja.

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